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O que é a Endometriose ?

  • MulherEndo
  • Nov 3, 2016
  • 3 min read

Hoje o assunto é um pouco mais sério, mas não menos importante. Já referi anteriormente que sou portadora de Endometriose. Durante este percurso menos positivo da minha vida recorri várias vezes à associação de Endometriose portuguesa, a mulherendo.

A associação faz um trabalho notável na divulgação da doença, e presta apoio incondicional a todas as Endoguerreiras.

A Mulherendo conta com o apoio de alguns médicos especialistas nesta doença e ninguém melhor para vos explicar o que é a Endometriose que o Dr. António Setúbal.

Definição

"O endométrio é a parte do revestimento interno do útero. Pela acção hormonal no ciclo menstrual, o endométrio sofre um processo cíclico de regeneração e descamação. Esta descamação provoca a menstruação e com ela são recicladas as glândulas e o estroma que compõem o endométrio.

Quando as células que compõe o endométrio se encontram fora da parte interna do útero, implantando-se noutros locais (peritoneu pélvico, ovários, recto, bexiga, apêndice, intestinos, diafragma, etc.) dá-se o processo de Endometriose.

Os casos particulares, mas menos frequentes, estão relacionados com Endometriose à distância, em órgãos fora da cavidade abdominal, tal como o pulmão, o nariz ou a pele."

Sintomas

"Em 80% das mulheres com Endometriose o sintoma principal é a DOR, 20% apresentam primeiro infertilidade, associada ou não a dor posterior e consequentemente à perda de qualidade de vida.

É ainda controverso o papel das formas mínimas e ligeiras de Endometriose na infertilidade. Ainda que a doença possa não ser a responsável directa pela infertilidade, a dor nas relações sexuais (dispareunia) pode representar um papel determinante.

As formas moderadas e graves são reconhecidas causas de infertilidade, se não forem tratadas por cirurgia. A dor é, no entanto, o sintoma mais grave de Endometriose. A sua intensidade interfere com a qualidade de vida da mulher. Apresenta-se em geral sob diversas formas, dependendo da extensão e da localização da doença.

Dismenorreia : Falamos de dor na menstruação. De início cede a anti-inflamatórios ou à pílula. Mas progressivamente torna-se mais intensa, não reagindo a essas terapêuticas.

Dispareunia: Dor na relação sexual, profunda, intensíssima em caso de Endometriose recto-vaginal ou dos ligamentos posteriores do útero, de nome ligamentos útero sagrados.

Algias pélvicas Mantidas, incaracterísticas por vezes, agravadas durante a fase ovulatória, focais ou generalizadas.

Disquézia: Cólicas intestinais intensas sobretudo durante a menstruação. Com alterações do trânsito intestinal, especialmente diarreia catamenial, e menos frequentemente obstipação.

Disúria: Dor à micção quando há um envolvimento da bexiga, simulando infecções urinárias sem bactérias presentes, durante a menstruação.

Outros sintomas podem aparecer associados à Endometriose, nomeadamente aumento de dejecções durante a menstruação; rectorragias ou saída de sangue pelo recto por invasão da mucosa ou sigmóideia; hematúria ou saída de sangue pela urina por envolvimento da bexiga e ureteres.

Em casos menos frequentes a Endometriose ao invadir os ureteres, pode levar à paragem total e irrecuperável dos rins. No início, além da dor semelhante a cólica renal, podem existir sintomas de falsas infecções urinárias, como na bexiga.

Menorragias: Menstruações abundantes, sobretudo associadas à Adenomiose.

Ausência de Sintomas: É de salientar ainda que, enquanto a grande maioria das mulheres que sofre de Endometriose apresenta alguns ou todos os sintomas referidos anteriormente, há uma pequena percentagem que, de forma inexplicável, não apresenta qualquer sintoma."

Diagnóstico

"Estima-se em, aproximadamente, oito a doze anos o tempo que medeia entre os sintomas e o diagnóstico. E se, quando feito, não for instituído um tratamento adequado, a Endometriose continua a sua progressão, sobretudo em fase mais avançada da doença, onde a cirurgia é inevitável. Porque a Endometriose pode ser uma doença progressiva e grave.

Na ausência de endometriomas, são poucos os métodos de diagnóstico não evasivos capazes de detectar a doença. A ecografica e a ressonância magnética são, no entanto, os mais eficazes. Em caso de Endometriose grave e com vista a um estadiamento da doença antes da cirurgia, pode ser necessário efectuar também uma citoscopia, rectosigmoidoscopia, clister opaco e Uro-TAC.

Marcadores tumorais com o Ca125 têm valores pouco preditivos da extensão e gravidade da doença.

Mas o método de eleição para o diagnóstico e o tratamento da doença é a laparoscopia. Só através desta técnica se consegue obter um diagnóstico completo. São critérios para laparoscopia diagnóstica por suspeita de Endometriose os vários tipos de dor persistente, sobretudo se não cedem a anti-inflamatórios e/ou pílula, os sintomas já enunciados anteriormente, e por último, a infertilidade.

A Adenomiose, cada vez mais frequente em doentes jovens, é de diagnóstico mais complexo. O uso adequado da ecografia e da ressonância magnética, em conjunto com a clínica, são determinantes para o mesmo.

O exame clínico sobretudo com a detecção de nódulos ou de quistos, é muitas vezes o mais eficaz.

Na realidade, com expeção dos quistos de Endometriose dos ovários (endometriomas) fáceis de diagnosticar por ecografia, os restantes exames complementares servem essencialmente para estadiar a doença com vista a uma estratégia cirúrgica.

Também aqui é essencial ter ecografistas, radiologistas e gastrenterologistas treinados e sensibilizados para estes diagnósticos."

Textos de Dr. António Setúbal – Ginecologista

MULHERENDO- associção de endometriose portuguesa

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